Cirurgia Bariátrica: como e por que suplementar?
O número de pessoas com obesidade no Brasil cresceu 67,8% entre 2006 e 2018, segundo dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). A projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, em 2025, mais de 700 milhões de pessoas estarão obesas em todo o mundo.
Diante desse cenário, a cirurgia bariátrica, que é considerada a melhor estratégia de tratamento para os casos de obesidade mórbida, apresentou um crescimento de 84,7% no país, segundo informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), entre 2011 e 2018.
Tipos de bariátricas
Existem dois tipos principais de cirurgias bariátricas que são escolhidas a depender das condições clínicas de cada paciente. São elas:
- Bypass gástrico: Neste tipo de bariátrica, uma grande parte do estômago é excluída do trânsito alimentar através de uma ligação direta entre o estômago operado e o intestino delgado (desvio intestinal). Dessa forma, ocorre uma redução na quantidade de alimento ingerido, assim como uma redução na absorção dos nutrientes a nível intestinal.
- Gastrectomia vertical: Conhecida também como “cirurgia de sleeve”. Neste caso, uma parte do estômago é removida, mas a ligação natural do estômago ao intestino é mantida.
É importante ressaltar que, independentemente do tipo de cirurgia realizada, é necessária uma série de cuidados antes, durante e depois da cirurgia, principalmente com a nutrição.
Isso ocorre devido à diminuição significativa da quantidade de alimentos ingeridos, e, dependendo da técnica utilizada, à diminuição da absorção dos nutrientes, o que pode resultar na deficiência de alguns deles, como proteínas, albumina, minerais, ferro, vitaminas B12 e D, cálcio, ácido fólico e outros. Esses nutrientes são fundamentais por ajudarem no equilíbrio do organismo, contribuindo para a regulação da:
-
- Fome e apetite;
- Taxa metabólica;
- Funções da tireoide e suprarrenais;
- Armazenamento de energia.
Por isso, a suplementação nutricional pós-cirurgia bariátrica deve ser avaliada caso a caso, de acordo com a técnica cirúrgica empregada, aceitação alimentar de cada paciente e diante dos resultados de exames laboratoriais.
Suplementação como aliada da cirurgia bariátrica
Por conta dessa possibilidade de deficiência nutricional, a suplementação torna-se uma importante aliada para que o procedimento alcance o resultado esperado.
Em geral, deve-se consumir o suplemento diariamente, o que pode variar entre os pacientes, de acordo com orientação médica ou nutricional. Além disso, o consumo de alimentos ricos em nutrientes é fundamental para evitar as deficiências e garantir o sucesso da cirurgia.
O que não pode faltar na suplementação alimentar
Alguns nutrientes não podem faltar na suplementação alimentar de pacientes bariátricos, entre eles:
- Ferro: Seu consumo é recomendado para todos os tipos de cirurgias bariátricas, pois quando essa substância está em níveis baixos no organismo, pode causar anemia.
- Vitaminas do complexo B: São fundamentais para evitar sintomas como cãibras, dores, fadiga, paralisias, perda de memória, confusão mental, entre outros.
- Cálcio e vitamina D: Importante para a saúde dos ossos, por isso devem ser consumidas por meio dos suplementos.
- Zinco: contribui para o bom funcionamento do sistema imune e para evitar a queda de cabelo acentuada após a cirurgia
- Cobre: Necessário para a integridade de várias enzimas, liberação de energia dos alimentos, produção de melanina e formação de neurotransmissores,
Portanto, é fundamental escolher adequadamente o tipo de suplementação alimentar a ser consumida após a cirurgia bariátrica e lembrar que a boa adesão do uso garantirá bem-estar e saúde.
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